22 fevereiro 2011

2ºS. 2ª Lição - Marsilio Ficino, Saturnismo



Marsílio Ficino - filósofo, físico e padre, humanista florentino. Filho do médico dos poderosos Médicis de Florença, desde a sua juventude tornou-se amigo e manteve estreita relação intelectual com Cosme de Médicis, um dos homens mais ricos da Europa daquela época e grande entusiasta da cultura grega. Cosme escolheu Ficino para estudar e difundir a tradição platónica em Florença. Para tanto, doou-lhe uma "villa" em Careggi, na parte norte de Florença, para ali sediar a academia platónica, ou antes, neoplatónica florentina, inspirada na antiga Academia de Platão.
Trouxe o Platonismo para o Cristianismo, característica essencial da Filosofia Neoplatónica.


No caso da Melancolia, Ficino fundiu o tema platónico da inspiração divina com a disposição melancólica descrita por Aristóteles.


Atribuíram a este humor o mesmo valor que Aristóteles: seria próprio de heróis, poetas e grandes homens e a sua manifestação geraria o êxtase que leva à sabedoria, à revelação, do belo, à criatividade. 

O humanista Marsilio Ficino, foi responsável pela tradução, estudo e interpretação de vários manuscritos antigos, entre eles o Problema XXX de Aristóteles



Ficino acreditava que a Bilis Negra encaminhava as pessoas para uma vida intelectual e criativa.
  • (...)  Confirmo agora no livro Problemata, que Aristóteles disse que todos os homens com alguma habilidade, são melancólicos. Ele confirmou o que declarou Platão no Livro do Conhecimento e também Demócrito, quando reconheceu nos dotados de mente privilegiada, a condução à loucura. Parece que Platão em “Phaedrus” reafirma que não há poesia sem loucura (...) Ficino, De Vita Triplici

A Bilis Negra em associação com a influência de Saturno, o mais alto dos planetas, conduziria à melancolia e a Ficino era um aficionado da Astrologia, pseudo ciência que levava muito a sério, chegando mesmo a consultar os horóscopos antes de qualquer decisão importante. A astrologia era um assunto que estava na moda no Renascimento.

“Saturno, manifesta-se em mim através da melancolia desde o início, situado perto do meu ascendente Aquário, é influenciado por Júpiter. A influência de Jupiter em Caranguejo, ofereceu-me talvez alguma resistência à minha natureza melancólica.”
Ficino (carta dirigida a Cavalcanti)

Para Ficino, os astros têm um valor simbólico, na medida em que os astros seriam a manifestação visível no céu, da realidade invisível e interior do humano.
Ficino pretendia usar a astrologia como um instrumento para superar as vicissitudes marcadas pelo nascimento de cada um. Nascido com o ascendente de Saturno, ele sofria como consequência, de Melancolia, que estava associada a Saturno, o planeta maléfico

- A sua doutrina astrológica postulava que a alma possuía três faculdades distintas que formavam um todo hierarquicamente ordenado: a imaginação, a razão discursiva e a razão intuitiva.
- Somente as faculdades inferiores do homem estavam sujeitas, até certo ponto, à influência das qualidades astrais.
- As faculdades da alma, em particular a razão, era essencialmente livre.


Marsilio Ficino, nascido sob o signo de Saturno, desde sempre sofreu de Melancolia.
Interpretou a sua melancolia crónica numa perspectiva positiva, ao associar Melancolia à Criatividade
Filho de um médico e com formação nessa área, Ficino defendia que a condição melancólica é a pior de que uma pessoa pode sofrer.





Segundo os gregos, o excesso de bilis negra podia levar uma pessoa a estar predisposta aos piores males: loucura, isolamento, depressão, irritabilidade, etc.
Apesar de Aristóteles ter associado a Bilis negra às pessoas de excepção (génios), ainda assim a tradição romana e medieval fez prevalecer uma tendência negativa relativamente à melancolia, associada sempre a uma doença unicamente tratável através de curas dolorosas, como sangrias, uso de sanguessugas, chás purgantes, sobreexposição à humidade, etc.



Quando Ficino travou conhecimento com o texto “Problemas” de Aristóteles, confirmou aquilo de que já suspeitava!
Percebeu que a melancolia não é uma doença, mas essencial para a saúde mental do pensador e do artista, uma espécie de graça intelectual.
“Tentarei encontrar uma saída, a melancolia procede de Saturno, e digo com Aristóteles, que é um dom singular e divino” (Opera, 732)



Esta tradição da melancolia negativa é a que prevalece até aos nossas dias. Assim instalada a melancolia, o melhor a fazer é retirá-la do nosso organismo.
Do ópio, ao láudano, passando pelo Prozac, tudo se tem tentado para erradicar o mal da melancolia das nossas vidas.
Ficino foi dos poucos que tentou encontrar uma forma positiva de tratar a melancolia, ele acreditava que a melancolia estava presente na predisposição para a reflexão filosófica.








A conexão estreita entre Melancolia e Saturno, juntamente com as ligações entre a disposição sanguínea e Júpiter, a colérica e Marte, a fleumática e a lua, parece ter sido estabelecida, pela primeira vez, por escritores árabes, século IX.
Al-Kindt distingue as quatro partes do círculo do dia segundo os quatro humores ou temperamentos. Os nascidos no primeiro quadrante, desde o ascendente até o meio-céu, são sanguíneos(Júpiter); os do segundo, são coléricos (Marte), os do terceiro, melancólicos (Saturno) e os do quarto quadrante são os fleumáticos (Lua).

Há uma correlação entre as características do temperamento da Bilis Negra, frio e seco, e as que se acreditava serem do Planeta Saturno.
Tinham em comum a tendência para a depressão, vida solitária, adivinhação e sobretudo partilhavam o modo de acção: a ambivalência.

Para os neoplatónicos os Astros eram presenças fixas do mundo celeste, que estão mais próximos do Divino do que do mundo material.
Por isso, mesmo Saturno, considerado o mais terrível dos planetas, acaba por ter uma natureza pura.
Há uma interpretação positiva da influencia astral. Saturno é a figura astrológica mais exaltada considerada como o pai de todos os astros, e equivalente ao Intelecto (Nous)


“Pode parecer irreverência dizer que Zeus é filho de Kronos, mas a verdade é q este é possuidor de um intelecto poderoso (…) uma mente pura e incontaminada.” Platão, Crátilo 396b


A melancolia pode manifestar-se como depressão ou loucura, como genialidade, furor divino…
A vida contemplativa só existe a partir de um certo grau de melancolia. 
O renascimento reconhece Saturno como senhor da melancolia e patrono da contemplação.
Para viver a melancolia, é necessário acompanhar-se de paz, quietude, silêncio e ócio. Essa é a melancolia contemplativa, produtiva, companheira de todo o homem que atingiu a grandeza.





Marcilio Ficino em De Vita Triplici, reflecte sobre o Problema XXX de Aristóteles, acrescentando-lhe um aspecto astrológico: a questão do planeta Saturno.
Os neoplatónicos fazem uma espécie de glorificação do planeta Saturno, que legitimam através de uma passagem do Crátilo de Platão, em que este se refere a Kronos-Saturno de forma mitológica, dizendo que Kronos tem um intelecto poderoso, uma mente pura e incontaminada.

Para os neoplatónicos, os artistas eram aqueles que nasciam sob o signo de Saturno. Eram afortunados, mas com uma potencialidade para o bem ou para o mal, porque Saturno era o deus dos Contrários.
Para Ficino, o poder e a ambivalência de Saturno, definiriam sempre espíritos excepcionais, com tendência para o sofrimento e solidão:

Poderíamos caracterizar Saturno como um deus de extremos. Por um lado gera inúmeros filhos, e por outro está condenado à eterna esterilidade; por um lado é um monstro capaz de ser vencido pela astúcia mais vulgar, e por outro é o deus antigo e sábio, venerado como a inteligência suprema, como πρσμηυεμς (previdente) e πρσμάντισς (profético)...
É nessa polarização imanente da concepção de Cronos que o carácter específico da concepção astrológica de Saturno encontra a sua explicação definitiva – esse carácter, em última análise, é determinado por um dualismo intenso e fundamental.” O dualismo que subjaz à melancolia!

Ficino cita autores como Platão, Demócrito e Aristóteles, para explicar que os intelectuais excepcionais são melancólicos. Ele diz q estas pessoas estão naturalmente predispostas à loucura e à exaltação (extases).
Cita Platão, no Fedro, que diz que sem loucura podemos bater às portas da Poesia em vão.
Este tipo de loucura é apenas incitada nos melancólicos, pois apenas nestes ela é produtiva.


Quando se une a Melancolia a Saturno, um planeta por natureza pessimista, é difícil acrescentar alguma coisa positiva…
Ficino associa à Melancolia um tipo de personalidade especial e propenso à contemplação filosófica e à criação artística.
É por esta via que a Melancolia e Saturno se tornam uma influência positiva, mas apenas neste tipo de pessoas excepcionais.
No Primeiro Livro De Vita Triplici, este afirma que os pensadores e filósofos são por natureza de temperamento melancólico e estão sujeitos à influência de Saturno
Alguém que não reconhece esta condição, tornar-se-á ainda mais miserável. Para superar a Melancolia e torná-a criativa é preciso reconhece-la e adquir conhecimento dela.
Tem de haver um esforço espiritual e intelectual para minimizar aos sofrimentos da melancolia. O “lado saudável” da melancolia, virá da sua relação com o “furor divino”, alusão à loucura das musas descrita por Platão.
Só quem sofre de melancolia, tem em si um grau de excepcionalidade, que lhe permite entrar numa espécie de êxtase.
Ficino descreve esse êxtase como uma espécie de sonho ou de ardor amoroso. É também entendido como êxtase criativo, como uma visão interior que desperta a criatividade.
O saturnismo, não é uma doença, mas antes o indício duma vocação superior. O tipo saturnino é definido como tendo um temperamento apto à contemplação.




Em Florença, na elite intelectual, ter uma personalidade melancólica é um sinal de dignidade humana, de uma vocação superior, associada à reflexão, à filosofia e à criatividade. O criador, o génio, o herói reconhece-se sob o signo de Saturno. Há uma dupla ambiguidade nesta personalidade que varia entre a paralisia e a criação activa.
Há também uma contradição angustiante e profundamente inquietante: a do génio e da besta, da elevação e do rebaixamento, que lembra a célebre frase de Aristóteles em que este afirma, referindo-se à política e à vida em sociedade, que o homem solitário ou é um deus ou uma besta.


L’astre du malher est aussi du génie.

A sua visão do "carácter saturnino" é a própria da melancolia do homem de génio, enquadrando-se ainda na definição do místico neo-platónico cristão.
Ficino distingue dois tipos de melancolia, uma própria do brilhantismo da mente (melancholia naturalis), outra da doença maníaco-depressiva (melancholia adusta-insania).

Agrippa von Nettersheim em DE OCCULTA PHILOSOPHIA, que circulava em manuscrito já desde 1510. Ainda que influenciado por Ficino, vai mais longe na clarificação dos tipos de melancolia, referindo a "Melancholia Imaginativa", uma condição própria dos artistas, arquitectos e artesãos...



Artigos relevantes disponíveis na internet:
- http://pt.scribd.com/doc/30879969/Klibansky-Raymond-Panofsky-Erwin-Saxl-Fritz-1964-Saturn-and-Melancholy-Studies-in-the-history-of-national-philosophy-religion-and-art
- http://espacoastrologico.org/sob-o-signo-da-iconologia-uma-exploracao-do-livro-saturno-e-a-melancolia/
- http://con-fusioni.jimdo.com/filosofia-e-scienze-umane/ficino-la-renovatio-della-melanconia/

2ºS. 1ª Lição- Aristóteles (Melancolia)

TEORIA dos 4 HUMORES

A teoria dos Humores hipocrática ou galénica, segundo a qual a saúde depende do equilíbrio entre quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, procedentes, respectivamente, do coração, sistema respiratório, fígado e baço. Cada um destes humores teria diferentes qualidades: o sangue seria quente e húmido; a fleuma, fria e húmida; a bílis amarela, quente e seca; e a bílis negra, fria e seca.
Segundo o predomínio natural de um destes humores na constituição dos indivíduos, teríamos os diferentes tipos fisiológicos: o sanguíneo, o fleumático, o bilioso ou o melancólico.
Os Humores geram Temperamentos:
nos Coléricos predominava a bílis amarela e eram normalmente representados por uma espada,
nos Sanguíneos predominava o sangue, estes eram considerados hiperactivos sexualmente,
nos Fleumáticos predominava a fleuma, estes eram tidos como calmos e racionais, pouco emotivos sendo frequentemente representados a ler,
nos Melancólicos predominava a bílis negra, estes eram relacionados com a melancolia e são frequentemente representados na cama, em estado depressivo.
Melancolia (do grego μελαγχολία - melagcholía; de μέλας - mélas, "negro" e χολή - cholé, "bílis")



Representação Medieval dos 4 Humores




Horácio, na "Arte Poética" afirma que o verdadeiro artista (como crera Demócrito) é o génio, de características estranhas: tendência para o isolamento, falta de hábitos sociais…

A associação entre uma personalidade melancólica, que sobressai do vulgo, e a personalidade artística, tem a sua origem na Grécia Antiga.

O Problema XXX, atribuído a Aristóteles, é o mais importante texto que associa a melancolia ao génio e à criatividade.
Ver texto em: http://www.ifcs.ufrj.br/~fsantoro/ousia/traducao_problema30.htm




“Por que será que todos os homens que foram excepcionais (perittoí)(3) no que concerne à filosofia, à política, à poesia ou às artes aparecem como seres melancólicos (melancholikoí), ao ponto de serem tomados pelas enfermidades oriundas da bílis negra(4) (…) . A ékstasis (6) para com seus filhos e a eclosão de úlceras (…) ocorre aos muitos [acometidos] pela bílis negra.
Também aconteceu de estas úlceras acometerem Lisandro, o lacedemônio, antes de sua morte. Ainda há [os mitos] a respeito de Ájax e Bellerofonte: dos quais um tornou-se completamente ekstátikos, enquanto o outro buscava lugares ermos (tàs eremías edíoken)(7), por isto Homero compôs assim: „Mas, depois que ele [Bellerofonte] se tornou odiado por todos os deuses, vagou sozinho pela plana Aléia, roendo seu coração (thymón) e alijando (8) o caminho dos homens"(9).E, dentre os heróis, muitos outros parecem sofrer o mesmo pathos, sofrimento (homoiopatheîs) que esses.
Entre os mais recentes, Empédocles, Platão e Sócrates (10) e muitos outros dentre os ilustres. E, ainda, a maior parte dos que se ocupam da poesia."


É curioso observarmos a referência a estes filósofos, nomeadamente a Platão e Sócrates.
De Empédocles, é conhecida a história de seu suicídio: ter-se-ia atirado para o vulcão Etna.
Talvez Sócrates se encontra aí referido por causa de seu daîmon, e Platão por ser seu discípulo. No fundo ambos, por serem dados à reflexão...





"E, ainda, a maior parte dos que se ocupam da poesia. resfriados e silenciosos na abstinência; se bebem um pouco mais, torna-os mais tagarelas.
Todos são, então, para falar simples, tal qual sua natureza, conforme foi dito. Quem começar o exame [desta questão] deve tomar primeiramente a causa a partir de um exemplo já disponível. Pois o vinho excessivo parece realmente dispor [as pessoas] tais quais dizemos serem os melancólicos e aquele que [o] bebe [parece] desenvolver muitos éthe (hábitos) como, por exemplo, os irascíveis, filantropos, piedosos, audaciosos; mas não [aquele que bebe] o mel, nem o leite, nem a água, nem nada análogo."
"Aqueles que possuem em sua natureza uma tal mistura, estes tornam-se imediatamente variados, no que diz respeito aos éthe, diferentes segundo cada mistura. (…) Mas, naqueles em que o calor excessivo se combina para um mediano, estes são melancólicos porém mais sensatos e menos excêntricos são distintos dos outros em muitas coisas, uns quanto à formação, outros quanto às artes, outros quanto aos assuntos da pólis.”



Caravaggio- São Jerónimo (representação de um Melancólico)





Até hoje a melancolia foi alvo de interpretações de índole astrológica, fisiológica, teosófica, sociológica, mágica e filosófica. Os gregos antigos, sobretudo a partir de Aristóteles, tiveram o mérito de interpretar a melancolia como resultante de uma constituição natural e fisiológica.

“(...) desde a Antiguidade que a medicina dos humores soube reconhecer na propensão para os sítios isolados um dos sintomas principais da melancolia, as culpas da abundância da atrabílis num temperamento dominado por Saturno, a doença dos coveiros, dos criminosos, (...). Mas também soube descobrir no «desprezo do mundo» o traço do artista e o carácter do génio.”
Jean-Jacques C. Claudine Haroche- História do Rosto. Lisboa: Círculo dos Leitores, 1997- pág.129

No Problema XXX de Aristóteles faz-se a união da noção de Melancolia com a de Furor Plátónico.

“Fue la filosofia aristotélica de la naturaleza primera en unir la idea puramente clínica de la melancolia y la concepción platónica del furor.”
(R. Klibansky, E. Panofsky. Saturno y a Melancolia. Madrid: Alianza Editorial, S. A., 1991)








Com Aristóteles aceita-se que o artista melancólico seja genial, mas não porque esteja possuído.
Pelo contrário em Aristóteles, o carácter genial resulta da constituição natural e excepcional de algumas pessoas
O excesso de Bílis Negra como constituição fisiológica pode levar algumas pessoas à genialidade, e não apenas à loucura e à desgraça.
Não basta sofrer de desequilíbrios de Bílis Negra para se ser genial, pode ser-se apenas doente ou louco.

A inspiração que conduz à criação poética é um dom natural, faz parte da natureza humana:

“Eis porque o poetar é conforme a seres bem dotados ou a temperamentos exaltados, a uns devido à sua natureza, a outros em virtude do êxtase que os arrebata.”[1]
[1] Aristóteles, Poética 1455a, Lisboa: INCM, 1994, pág. 127

O “Negro” da Bilis Negra, evoca a ideia de sombrio, de noite, de desconhecido, de mal, como fonte de loucura.
Até surgir o texto de Aristóteles a melancolia tinha apenas uma conotação negativa, tal como a epilepsia, alvo de múltiplos preconceitos, associada a forças sobrenaturais, possessões divinas, etc.

A Bílis Negra actua sobre a mente e sobre o comportamento alterando-o, tal como o vinho.


Séc. XIX, representação científica





A diferença é q o vinho produz um estado transitório e a Bílis Negra a quem a possui naturalmente produz um estado permanente.

Como sempre Aristóteles defende o Justo-Meio, o equilíbrio: para que a Bílis Negra origine um Génio e não um tarado, é preciso que a sua quantidade seja na medida certa e a sua temperatura mediana.

A Bílis Negra pode produzir loucos, quando está presente de forma exagerada e descontrolada,
Pode também produzir génios, ou tipo de ânimo particulares, quando a Bílis Negra está presente de forma equilibrada e consistente, ocorrendo apenas excessos de forma transitória, o que pode levar aos ditos êxtases criativos.
Aristóteles defende que os melancólicos são impetuosos, caprichosos, irritáveis e dados a uma imaginação muito rica.
O seu humor excepcional é uma questão natural e patológica.






A. Durer- Os quatro Apóstolos





07 fevereiro 2011

Estética II Programa

Programa de ESTÉTICA II - 2º Semestre

Docente: Teresa Lousa


2º Semestre

•Aristóteles – Coceito de Catarse e crítica de Nietzsche (Estética II de 2015)
•Aristóteles – A teoria dos 4 Humores- Melancolia
•Marsilio Ficino – Furor Divinus e Saturnismo
•O Pensamento Estético no Renascimento
•A Estética de Francisco de Holanda
- Metafísica da criação artística
- A Superioridade da Pintura
- A Ideia como parte principal da pintura
- Miguel Ângelo como personificação do Génio saturnino
(Da Pintura Antiga, Diálogos em Roma)
•Kant
- As Belas-Artes e o Génio Artístico
(Crítica da Faculdade do Juízo)
- O Sublime (Kant)

•AVALIAÇÃO:

OBRIGATÓRIO: Um teste escrito sobre a matéria dada (e Exame conforme a nota do teste)


BIBLIOGRAFIA Essencial:

BARILLI, R., Curso de Estética, Lisboa: Editorial Estampa, 1992
BAYER, Raymond, História da Estética, Lisboa: Editorial Estampa, 1979
BLUNT, Anthony - Artistic Theory in Italy- 1450-1600. Oxford: Oxford University Press, s.d.
CARCHIA, Gianni, D’ANGELO Paolo, Dicionário de Estética, Lisboa: Edições 70, 2003
DESWARTE, Sylvie - “Francisco de Holanda, teórico entre o Renascimento e o Maneirismo” in História de Arte em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1993,Vol. VII, pp. 12- 29
HOLANDA; Francisco de, Da Pintura Antiga. Lisboa: Livros Horizonte, 1984
HOLANDA; Francisco de, Diálogos em Roma. Lisboa: Livros Horizonte, 1984
GARIN, Eugénio, O Homem Renascentista, Lisboa: Editorial Presença, 1991
KANT, E., A Crítica da Faculdade do Juízo, Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1992
KLIBANSKY, R.; PANOFSKY, E. - Saturno y la Melancolia. Madrid: Alianza Editorial, S. A., 1991
NIETZSCHE, A Origem da Tragédia, Lisboa: Lisboa Editora, 1995
VÉDRINE, Hélène - As Filosofias do Renascimento. Trad. por Marina Alberty. Lisboa: Colecção Saber, s.d.